O nascimento de Louise Brown em 25 de
julho de 1978 a primeira criança concebida após
fertilização "in vitro" e transferência de embrião, após nove anos de
tentativas mal sucedidas devido à uma obstrução tubária, marcou o início de uma
era de extraordinário processo no entendimento e tratamento dos problemas
relacionados à fertilização humana.
A FIV é uma técnica de reprodução
assistida muitas vezes denominada "Bebê de Proveta", que
consiste na manipulação dos gametas em laboratório e após fecundação,
introdução do embrião no organismo materno. Isto é, captação dos óvulos
diretamente do ovário fertilizando com os espermatozóides do marido/parceiro
fora do corpo, em laboratório, ou seja, "in vitro". Os embriões
selecionados são transferidos para a cavidade uterina para que possa ocorrer a
implantação e a gravidez de 48 a 72 horas após a captação dos óvulos.
A FIV é indicada para casos de lesão
das tubas, como sequela de infecção tubária (doença inflamatória pélvica), ou
gravidez nas trompas, ou laqueadura sem chance de reversão, ou endometriose,
infertilidade masculina e naqueles casos de infertilidade sem causa aparente.
Etapas da Fertilização "in Vitro"
É feita a indução da ovulação por
drogas injetáveis para estimular o crescimento dos folículos (pequenas bolsas
com os óvulos dentro) e provocar a ovulação, aumentando assim o número e a
qualidade dos óvulos. Doses elevadas das drogas indutoras da ovulação podem
levar à estimulação exagerada dos ovários, chamada Síndrome da Hiperestimulação
Ovariana.
Monitoramento do crescimento dos
folículos ovarianos através da ultra-sonografia transvaginal, com o objetivo de
individualizar as doses do medicamento e prevenir os efeitos colaterais. Quando
os folículos atingem em torno de 18mm eles são considerados maduros e é
aplicada uma injeção de HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana - hormônio que
marca a maturação final dos óvulos e define o momento da coleta).
Sob uma sedação endovenosa ou anestesia
local, os folículos são coletados através da vagina com uma sonda ecográfica
acoplada à agulha apropriada para este fim, guiada por auxílio de ultra-som de
alta freqüência, para visualizar os folículos ovarianos a serem puncionados.
(32 a 36 horas após a injeção de hormônio).
Com o auxílio de um estereomicroscópio
sob fluxo laminar (espécie de capela onde flui ar estéril de dentro para fora,
evitando a contaminação do material), o conteúdo líquido destes folículos
obtidos no centro cirúrgico, é transferido para uma placa de meio de cultura
(meio que imita ao máximo o ambiente das tubas) e examinado à procura do óvulo.
Uma vez identificado, o óvulo é transferido para outra placa contendo apenas
meio de cultura, onde será classificado. Os óvulos são classificados como
imaturos ou em prófase, metáfase I e metáfase II ou maduros.
Neste intervalo de tempo, ocorre a
coleta da amostra de sêmen, de maneira natural (masturbação). Após a coleta os
espermatozóides serão preparados através da lavagem com meio de cultura de
células e centrifugação, fazendo com que haja um separação do plasma seminal,
resultando em um preparo de espermatozóides com maior motilidade e capacidade
para fertilização. Este processo é importante porque remove substâncias
químicas e bactérias que podem causar reações adversas ou contrações uterinas
intensas.
Os óvulos maduros e espermatózoides são
preparados e mantidos em incubadora à 37ºC com 5% de CO2 que simula o ambiente
das tubas, por um período de 12 a 18 horas. Após este período, são examinados
ao microscópio, quando se busca o sinal de fertilização (presença dos 2
pró-núcleos).
| https://www.youtube.com/watchv=ao5eqdEK8RQ |
Antes da transferência embrionária, os
pré-embriões em fase de clivagem (3 dias após a fertilização) ou em estágio de
blastocisto (6 dias após a fertilização) são classificados morfologicamente,
levando em consideração a velocidade de divisão celular, o número de
blastômeros, a simetria e a forma dos blastômeros, a presença ou ausência de
fragmentação.
Antes de se transferir os embriões para
o útero, é recomendado fazer o Diagnóstico pré-implantação (PGD) para casais
que apresentam um risco de transmitir doenças genéticas para seus futuros
filhos.
A transferência embrionária deve ser
feita com a paciente em posição ginecológica, em área física próxima ao
laboratório onde se encontram os embriões. Os embriões são transferidos para o
útero através de cateter especial com monitoramento ultra-sonográfica
transabdominal para correto posicionamento do cateter. Após a transferência a
paciente deve fica em repouso por cerca de uma hora. A verificação da gravidez
pode ser feita 15 dias após a fertilização.
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