quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Fertilização "in Vitro"


O nascimento de Louise Brown em 25 de julho de 1978 a primeira criança concebida após fertilização "in vitro" e transferência de embrião, após nove anos de tentativas mal sucedidas devido à uma obstrução tubária, marcou o início de uma era de extraordinário processo no entendimento e tratamento dos problemas relacionados à fertilização humana.

A FIV é uma técnica de reprodução assistida muitas vezes denominada "Bebê de Proveta", que consiste na manipulação dos gametas em laboratório e após fecundação, introdução do embrião no organismo materno. Isto é, captação dos óvulos diretamente do ovário fertilizando com os espermatozóides do marido/parceiro fora do corpo, em laboratório, ou seja, "in vitro". Os embriões selecionados são transferidos para a cavidade uterina para que possa ocorrer a implantação e a gravidez de 48 a 72 horas após a captação dos óvulos.

A FIV é indicada para casos de lesão das tubas, como sequela de infecção tubária (doença inflamatória pélvica), ou gravidez nas trompas, ou laqueadura sem chance de reversão, ou endometriose, infertilidade masculina e naqueles casos de infertilidade sem causa aparente.

Etapas da Fertilização "in Vitro"

É feita a indução da ovulação por drogas injetáveis para estimular o crescimento dos folículos (pequenas bolsas com os óvulos dentro) e provocar a ovulação, aumentando assim o número e a qualidade dos óvulos. Doses elevadas das drogas indutoras da ovulação podem levar à estimulação exagerada dos ovários, chamada Síndrome da Hiperestimulação Ovariana.

Monitoramento do crescimento dos folículos ovarianos através da ultra-sonografia transvaginal, com o objetivo de individualizar as doses do medicamento e prevenir os efeitos colaterais. Quando os folículos atingem em torno de 18mm eles são considerados maduros e é aplicada uma injeção de HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana - hormônio que marca a maturação final dos óvulos e define o momento da coleta).

Sob uma sedação endovenosa ou anestesia local, os folículos são coletados através da vagina com uma sonda ecográfica acoplada à agulha apropriada para este fim, guiada por auxílio de ultra-som de alta freqüência, para visualizar os folículos ovarianos a serem puncionados. (32 a 36 horas após a injeção de hormônio).

Com o auxílio de um estereomicroscópio sob fluxo laminar (espécie de capela onde flui ar estéril de dentro para fora, evitando a contaminação do material), o conteúdo líquido destes folículos obtidos no centro cirúrgico, é transferido para uma placa de meio de cultura (meio que imita ao máximo o ambiente das tubas) e examinado à procura do óvulo. Uma vez identificado, o óvulo é transferido para outra placa contendo apenas meio de cultura, onde será classificado. Os óvulos são classificados como imaturos ou em prófase, metáfase I e metáfase II ou maduros.


Neste intervalo de tempo, ocorre a coleta da amostra de sêmen, de maneira natural (masturbação). Após a coleta os espermatozóides serão preparados através da lavagem com meio de cultura de células e centrifugação, fazendo com que haja um separação do plasma seminal, resultando em um preparo de espermatozóides com maior motilidade e capacidade para fertilização. Este processo é importante porque remove substâncias químicas e bactérias que podem causar reações adversas ou contrações uterinas intensas.

Os óvulos maduros e espermatózoides são preparados e mantidos em incubadora à 37ºC com 5% de CO2 que simula o ambiente das tubas, por um período de 12 a 18 horas. Após este período, são examinados ao microscópio, quando se busca o sinal de fertilização (presença dos 2 pró-núcleos).

https://www.youtube.com/watchv=ao5eqdEK8RQ

Antes da transferência embrionária, os pré-embriões em fase de clivagem (3 dias após a fertilização) ou em estágio de blastocisto (6 dias após a fertilização) são classificados morfologicamente, levando em consideração a velocidade de divisão celular, o número de blastômeros, a simetria e a forma dos blastômeros, a presença ou ausência de fragmentação.

Antes de se transferir os embriões para o útero, é recomendado fazer o Diagnóstico pré-implantação (PGD) para casais que apresentam um risco de transmitir doenças genéticas para seus futuros filhos.
A transferência embrionária deve ser feita com a paciente em posição ginecológica, em área física próxima ao laboratório onde se encontram os embriões. Os embriões são transferidos para o útero através de cateter especial com monitoramento ultra-sonográfica transabdominal para correto posicionamento do cateter. Após a transferência a paciente deve fica em repouso por cerca de uma hora. A verificação da gravidez pode ser feita 15 dias após a fertilização. 



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